terça-feira, 9 de março de 2010

Gagueira Temática

Faz um tempão, um de meus amigos desenvolveu a expressão Gagueira Temática. Acho que foi o Humberto, mas realmente não posso afirmar com certeza – o que posso dizer da época é que jogávamos RPG na garagem do James, regado a “fandangos” com “KAS guaraná pêssego”. Sei que nossa cardápio não merece comentários, mas aconteceu!

De uns tempos pra cá, estamos sendo invadidos por um exército de vampiros literários, parece que ninguém tem mais nada pra escrever que não gire em torno dos grandes caninos brancos. Pra quem não gosta deste tipo de literatura, está lascado, pois as rodinhas de bate-papo diversas vezes vão nessa direção.

Desde o livro Drácula do irlandês do Bram Stoker (1897), do filme Nosferatu (1922) de Murnau baseado no mesmo romance ou até o redundante Conde Drácula interpretado exaustivamente por Christopher Lee (1958 a .....), nunca tivemos tantos vampiros andando a luz do dia.

Se não me falha a memória, Anne Rice foi a primeira a criar uma sociedade vampiresca – antes o vampiro era um ser solitário ou tinha noivas. Ela nos contou a estória destes vampiros em suas inúmeras Crônicas Vampirescas. Sob a linhagem literária de Lestat de Lioncourt e seus dramas psicológicos, conhecemos o mundo dos vampiros que margina a própria história humana.

Não menos importante, mas muito diferente, o RPG Vampire desenvolveu uma estória vampírica de extrema riqueza, criou os Clãs, a Camarilla, o Sabbat, os Antediluvianos, etc. Nod nos deu a linhagem e a Gehenna um propósito existencial. Transformando a não-vida do Vampiro numa aventura romanticamente interessante!

Confesso que até o momento não li nenhum dos vampiros do Stephen King. Tenho um pouco de receio de ler e descobrir que odeio, pois até hoje gostei de tudo que li do mestre. Mas um dia crio coragem e resolvo isso!

Há aproximadamente um ano e meio ganhei o primeiro livro dos vampiros da Stephenie Meyer e tive que ler as outras três seqüências para conseguir chegar ao final. Fiquei frustrada, pois esperava muito mais das aproximadas mil páginas.Tive alguma dificuldade com a pele brilhando ao sol como minúsculos diamantes, mas o que é realmente indigesto é o fato da família Cullen se alimentar de animais. Neste mundo que está tentando se voltar para o ecologicamente correto, que tem o Greenpeace lutando pelas raças em extinção e pelos animais maltratados, onde a caça é proibida ou discriminada, aparece alguém achando que os animais são menos importantes que o homem. Por quê eles não criam vacas da mesma maneira que os matadouros fornecem carne? Assim pelo menos ficariam dentro da lei! Mas daí cadê o charme de ser um assassino?! É este o aprendizado que o livro trás, então por favor, não façam política ou finjam consciência, me poupem de hipocrisia. A verdade é que os Cullen podiam ser parentes até do Homem-Aranha, não havia necessidade alguma de serem vampiros.

Minha última aquisição é um livro chamado Noturno. Que salada! Este livro trata de um vampiro do tipo feio, fétido e imundo. O autor dá explicações médicas para a transformação e chega a dizer que é um vírus do velho continente. Muito bem, este vírus a certa altura da narração produz vermes no sangue humano, que perde a pigmentação vermelha ficando branco – sabe o andróide do Alien o Resgate? Então algo parecido! Se o livro fosse dirigido por alguém, diria que poderia ser John Carpenter. Dentre as explicações médicas e a descrição da transformação dos órgãos internos, o fato de crucifixos, alho e água benta serem mitos - o que mais chamou minha atenção foi: Se o autor reduziu tudo a ciência, poderia explicar porque o vampiro dele também não consegue atravessar grandes massas de água como o Drácula, sem a ajuda humana.

Só sei dizer que isso não acabou... Ainda teremos vampiros literários totalmente equivocados, de imaginação capenga.

Quanto a mim, conheço um sebo bem legal.

...............................................................Livia Ulian

Um comentário:

  1. Bom, não é de hoje que todos sabem o que eu penso com quer quebra a Máscara hehehe Infelizmente queria ter tido o discernimento de não gostar da Saga do Prepúscio. Agora, danei-me. Fora isso, tou contigo e não abro.

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